Tudo começou numa sexta-feira 13.
O secretário-geral da Mesa Diretora do Senado Federal, Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, chamou a sua equipe para discutir uma hipótese. Haveria condições para organizar uma sessão deliberativa sem a presença física dos senadores?
A Secretaria-Geral da Mesa (SGM) é o cérebro do Senado, o órgão encarregado da coordenação de todas as atividades legislativas: desde a posse dos parlamentares, passando pela circulação de projetos, até as decisões finais. Sua missão é manter a Câmara Alta do Congresso Nacional em operação, não importa o empecilho.
E o obstáculo do momento diante da SGM era dos grandes. Naquela semana, o Senado havia restringido a entrada de pessoas nas suas dependências ao mínimo necessário, seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto a uma nova doença viral que começava a ganhar o mundo: a covid-19.
Se as coisas piorassem, o próximo passo seria isolar os próprios senadores. O problema é que 38 dos 81 parlamentares em atividade tinham idade acima dos 60 anos e integravam um dos principais grupos de risco para a covid-19. Se quase metade dos seus membros não pudesse sair de casa, o Senado entraria em estol. Essa foi a perspectiva que acendeu o alerta vermelho no centro de comando.
O time de Bandeira marchou para o prédio da Secretaria de Tecnologia da Informação do Senado (Prodasen). Se não pudesse haver sessão presencial, a alternativa seria conectar os senadores virtualmente, onde quer que estivessem. As votações também teriam que ser transferidas para essa rede, sem perder a segurança oferecida pelo sistema interno do Senado. Foi organizada uma reunião com os técnicos do Prodasen para sondar as opções.
Após uma longa conversa, os participantes chegaram a uma estimativa: sim, a ideia era ambiciosa, mas seria possível organizar uma sessão plenamente funcional, em ambiente virtual, em um prazo de um a dois meses. Bandeira saiu satisfeito.
Fonte: Agência Senado




